10 de outubro de 2019

Não há dor maior no mundo do que aquela que sentimos quando olhamos o espelho e... nada. Que sentimento de vazio é este que não permite que nos identifiquemos com a mais simples das coisas? Não há nada nesta bolha. Uma bolha vazia, transparente, mas opaca. Não há nada que nos carregue e torne as coisas pesadas, no entanto, a bolha não anda por excesso de peso. Ou excesso de vazio. Um peso morto que carregamos sem saber e teimamos em ignorar. Uma ajuda que nunca chega porque o grito é silêncio. Um pedido que não é ouvido porque a voz falha. Um dia seremos melhores do que isto. Mas nesse dia estaremos demasiado ocupados a querer ser melhores do que isso. Nunca seremos melhores, porque não o sabemos ser. Não sabemos ser. Não sabemos quem somos, nem o que queremos nem quem queremos ser. Não nos sabemos, e essa é a maior das dores.

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